Praia Grande quer VLT integrado ao Litoral Sul

25/05/2017 -  A Tribuna

Em reunião ele sugeriu a construção de uma estação para interligar as cidades

GUSTAVO T. DE MIRANDA

A Prefeitura de Praia Grande quer transformar o Terminal Tude Bastos, na entrada da Cidade, em uma espécie de ponto de ligação de meios de transporte público das cidades que estão no extremo sul da Baixada Santista.

A defesa foi feita pelo prefeito Alberto Mourão (PSDB), que recebeu A Tribuna na quarta-feira (24) em seu gabinete, no Paço Municipal, na Vila Mirim. Ali, detalhou a sua proposta de mudança no traçado do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) da Baixada Santista.

Na reunião de terça-feira do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), Mourão sugeriu a construção de uma estação para se interligarem as cidades da região sul ao centro metropolitano por meio do VLT.

O novo ramal seria feito a partir de uma conexão de 3,6 quilômetros entre uma área da Ponte dos Barreiros, atravessando um manguezal, passando pela lateral do Parque Leopoldo Estásio Vanderlinde até a estrutura atual do terminal de ônibus municipais.

“A minha proposta é que, assim que passar a ponte, à esquerda, sejam erguidos pilares para receber os trilhos. Não tem agressão à fauna e à vegetação”, diz Mourão. Seria uma estaca a cada 150 metros, segundo ele, a exemplo de monotrilhos de São Paulo.

Com isso, o VLT funcionaria a partir do Terminal Tude Bastos, que seria também o ponto de chegada e saída para o BRT (ônibus de transporte rápido). Os veículos cruzariam Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe.

“Ele vai passar por uma área que já está em processo de loteamento. O investimento seria de R$ 180 milhões. Não teria desapropriações”, argumenta Mourão. Ele acredita que o gasto poderia ser até menor. “Vamos pensar nos viadutos de São Vicente. Gastaram R$ 180 milhões e a área de obra foi muito maior, aqui tem menos área para mexer”, diz.

Segundo Mourão, esse investimento faria com que a população das quatro cidades pudesse ser inserida no VLT — aumentando o número de passageiros. “Hoje, são 2,8 milhões de pessoas que fazem esse trajeto. É pagante que está fora do sistema. A própria EMTU admite que o VLT não se sustenta”, critica o prefeito.

Na terça-feira (23), A Tribuna ouviu do diretor presidente da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos, Joaquim Lopes, que não tinha conhecimento da proposta defendida por Mourão no Condesb.

O prefeito de Praia Grande, porém, afirma que essa alternativa surgiu a partir da discussão sobre o Plano Municipal de Mobilidade Urbana, no ano passado. “Discutimos o ponto de vista interno e a ligação com o regional. Foi quando discutimos a possibilidade de esse trecho ser aproveitado. Essa passagem pela Ponte dos Barreiros já foi entregue, em janeiro, para o governador Geraldo Alckmin (PSDB)”, relata.

Em dúvida

Para Mourão, essa interligação seria mais importante do que levar o VLT até o Centro de Santos — o trecho 2 prevê a construção de estações entre a Avenida Conselheiro Nébias e o Valongo, em Santos, e deve ser contratado no próximo semestre, segundo a EMTU.

“Tenho dúvidas. São R$ 500 milhões para uma área que já tem um transporte solucionado. É preferível fazer a integração do sistema entre o Sul e Cubatão. Você poderia investir em uma faixa exclusiva, com ônibus articulados. Isso faria o VLT ser extremamente funcional”, analisa.



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